Talvez
Coletâneas de textos aleatórios que começo a escrever sempre que quero procrastinar uma tarefa, n3]
Não escrevo tão bem como gostaria e isso deveria me animar. Mas pelo contrário, me fere. A angústia de não saber algo mesmo depois de 26 anos, ao invés de me catapultar a aprender parece que me afoga em desânimo por não ter lapidado a tarefa como vejo outros realizarem.
Nisto, a folha em branco (ou em preto, já que tudo meu é na cor escura agora) parece um grande buraco negro, que suga para dentro de si todas as possibilidades que viriam a ser mas não são pois me apego de mais no que eu também não sou. Quantos textos será que já não perdi? Quantas boas ideias não morreram? E o quanto eu não estaria melhor se, ao invés de receio, eu simplesmente fizesse o que gostaria de fazer.
Talvez eu escrevesse melhor.
Talvez eu já escreva melhor do que ontem.
Talvez, eu não pensaria em tantos ‘talvezes’.
Mas, talvez penso, que seria um pouco sem graça não pensar em ‘talvezes’ uma vez que é também isto que me motiva a escrever mais.
Talvez, isso é algo que eu saberei somente após escrever.
[ Coletâneas de textos aleatórios que começo a escrever sempre que quero procrastinar uma tarefa, n3]


